“Fizeste-nos para Vós, Senhor – e o nosso coração está inquieto, enquanto não repousa em Vós”. (Santo Agostinho)

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quinta-feira, 24 de abril de 2014

On 04:55 by Joseph in ,    No comments


Hoje propomos uma série de artigos sobre o Credo publicado na Revista Permanência e traduzido pela V. Ex.ª Revma DOM ODILÃO MOURA, OSB.


Expositioin Symbolum Apostolorum





Reportatio Reginaldide Piperno


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SEPARATA
Revista Permanêncianos.
63/1974 a 75/1975


INTRODUÇÃO

      — A FÉ —

     Durante a Quaresma de 1273, S. Tomás, entre outros sermões, proferiu este, que é uma das mais perfeitas exposições que existem sobre o Credo. Pronunciado em dialeto napolitano, foi traduzido fielmente (Conforme atestamos testemunhos históricos) para o latim, pelos discípulos do Santo. Para ouvir a palavra do Doutor Angélico, acorriam às igrejas de Nápoles, os habitantes dessa agitada cidade medieval e os seus aluno universitários. Por isso o grande teólogo usava de uma linguagem mais acessível que as das suas obras teológicas. O conteúdo, porém, dos seus sermões, conserva a mesma profundeza doutrinária e peculiar a ortodoxia do Doutor Comum:
1— O primeiro bem necessário para o cristão é a fé.
Sem a fé ninguém pode ser chamado de fiel cristão.

2 — O primeiro bem é a união da alma com Deus. Pela fé realizase uma espécie de matrimônio entre a alma e Deus, conforme se lê no Profeta Oséias: “Desposar-te-ei na fé”. (Os 2, 20). Quando o homem é batizado, deve, em primeiro lugar, confessar a fé ao responder à pergunta — crês em Deus?— porque o batismo é o primeiro sacramento da fé.

O Senhor mesmo disse:“O que crer e for batizado será salvo” (Mc 16, 16). O batismo sem a fé é destituído de valor. Deve-se, portanto, ter por certo que ninguém pode ser aceito por Deus sem a fé”. “Sem a fé é impossível agradar a Deus”, diz S. Paulo (Heb 11, 6).

 Quando o homem é batizado, deve, em primeiro lugar, confessar a fé ao responder à pergunta — crês em Deus? — porque o batismo é o primeiro sacramento da fé. O Senhor mesmo disse: “O que crer e for batizado será salvo” (Mc 16, 16). O batismo sem a fé é destituído de valor. Deve-se, portanto, ter por certo que ninguém pode ser aceito por Deus sem a fé”. “Sem a fé é impossível agradar a Deus”, diz S. Paulo (Heb 11, 6).Sto. Agostinho comentando este texto da carta aos Romanos — “Tudo o que não procede da fé é pecado” (14, 23), assim se expressa: “Onde não existe o conhecimento da verdade eterna e imutável, a virtude é falsa mesmo nas pessoas retas”.

3 — O segundo bem é este: pela fé é iniciada em nós a vida eterna. A vida eterna não consiste senão em conhecer a Deus, conforme lê-se em S. João: “Esta é a vida eterna, que Vos conheçam como único Deus verdadeiro”. (Jo 17, 3). Esse conhecimento de Deus inicia-se aqui pela fé, mas é completado na vida futura, quando O conheceremos tal como é. Por isso lê-se na carta aos Hebreus: “A fé é a substância das coisas que se esperam” (11, 11).Ninguém alcançará a bem-aventurança eterna, sem que tivesse primeiramente o conhecimento de fé, pois está escrito: “Bem-aventurados os que não viram e creram” (Jo 20, 29).


4 — A vida presente é orientada pela fé: eis o terceiro bem. Para que o homem viva bem, convém que conheça os princípios do bem viver. Se pelo próprio esforço devesse aprender esses princípios, ou não chegaria a conhecê-los, ou só os poderia conhecer após um longo tempo. Mas a fé ensina todos os princípios do bem viver. Ora, ela ensina que há um só Deus, que Deus recompensa os bons e pune os maus, que existe uma outra vida, e outras verdades semelhantes. Esse conhecimento é suficiente para nos levar a praticar o bem e evitar o mal, pois diz o Senhor: “O meu justo vive da fé” (Hab 2, 4).Eis porque nenhum filósofo antes da vinda de Cristo, apesar do grande esforço intelectual que despendiam, pôde chegar ao conhecimento de Deus e dos meios necessários para alcançar a vida eterna, como depois do advento do Cristo, qualquer velhinha chegou pela fé. Eis porque Isaías profetizou assim esse advento:

“Encheu-se a terra da ciência de Deus” (11, 23).

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